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Poços, de Eduardo Pederneiras

 

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A reurbanização da área central de Poços de Caldas, praça, parque e os prédios históricos, Palace Hotel, Palace Casino e Temas tem curiosidades importantes que fizeram a diferença no desenvolvimento da cidade.

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No início do lugarejo tínhamos o largo Senador Godoy, numa justa homenagem ao senador e depois governador Joaquim Floriano de Godoi, legislador que soube pensar na importância que teria uma cidade em volta das fontes termo medicinal e deu os primeiros passos rumo à legalidade do lugarejo, futura cidade de Poços de Caldas, desapropriando, ou recebendo em forma de doação, áreas que seriam de interesse público para a futura cidade.

O largo senador Godoi foi construído sobre um grande lamaçal que só foi drenado depois de com o implante de muitas toras de eucalipto e muito aterro com material tirado da serra do selado e do morro do Itororó.

Porem, o espaço ficou completamente árido e sem fertilidade para que nascesse qualquer tipo de vegetação. Foi preciso se colocar uma grande cobertura de terra fértil e muita irrigação para que a vegetação florescesse.

Depois se plantou um jardim em um estilo inglês, om espelho d’Água, etc., do qual existem poucas fotos, dentre as quais uma que foi publicada no livro “Águas da Juventa” do escritor Coelho Neto, primeira ficção baseada em Poços de Caldas.

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Construíra-se também o cassino Velho (foto 1) de um lado do Largo Senador Godoi e as antigas Termas (foto 2)do outro, ficando entre tais prédios um grande retângulo vazio, onde se construiria depois o Palace Hotel e a Praça que mais tarde receberia o nome de Pedro Sanches, numa justa homenagem ao sonhador da modernização de Poços de Caldas.

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O Palace Hotel, em sua versão primeira era bem diferente do prédio atual. Ele tinha traços marcantes da arquitetura alemã cujo desenho fora concebido pelos engenheiros João e José Piffer, e inaugurado em 1923, não tendo agradado muito os moradores, a pesar de sua grandeza.

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Não tinha a leveza e elegância arquitetônica atual. Comentavam que se parecia mais com um presídio de que com uma hospedaria. Poucas também são as fotos de tal edificação sendo a principal delas, feita pública por nós, na página facebook.com/Viver Poços de Caldas.

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Adquirido pelo Estado de Minas em 1927, o prédio passou por transformação fantástica, por interferência do engenheiro carioca Eduardo Pederneiras, ganhando uma influência francesa na sua arquitetura.

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As portas e janelas foram arqueadas, dezenas de elegantes sacadas e colunas foram feitas como ornamento, sem falar no milagre arquitetônico que se operou internamente, com jardins internos, cafés elegantíssimos, piscina aquecida e muito mármore e vitrais. O Pálace Hotel foi reinaugurado em 1929, tendo sido, praticamente, refeito em dois anos.

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A genialidade de Eduardo Pederneiras também operou nos projetos das novas Termas e do Palace Casino.

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O então Governador de Minas, Antônio Carlos, não poupou investimento, mesmo em período de crise financeira do estado e do mundo, (vide a quebra da bolsa de valores de 1929) comprometendo até sua carreira política, mas manteve os investimentos para a modernização de Poços de Caldas.

Para os três palácio viera que de melhor e mais modernos existia em material de construção, os melhores técnicos, os melhores engenheiros, vide o próprio Pederneiras que era uma espécie de Oscar Niemeyer dos anos 1930, além de arquitetos e engenheiros suíços, ucranianos etc.

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A construção do Palace Casino começa quase que simultaneamente a reforma do hotel, como se vê na foto de 1928 e se estende até o ano de 1931, cuja inauguração se deu em 31 de março do mencionado ano e não em 1929, como o release enviado  e reproduzido por todos os jornais e quase todos os veículos de comunicação social que cobriram a reinauguração do teatro de bolso.

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(o destaque se faz necessário para evitar que outras publicações continuem a reproduzir tal erro como acontece com a historia da URCA de Poços de Caldas, com publicações informando que ela funcionou um único dia, o que não é a verdade).

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Pederneiras ainda redesenhou os jardins da Praça Pedro Sanches e do Parque José Affonso Junqueira e as esplendidas Termas Antônio Carlos, que merece um texto a parte nos próximos dias.

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Sempre fico a me perguntar o que pensavam os “veranistas” ao chegar a uma cidadela com menos de 20 mil habitantes, incrustada no sul de Minas Gerais e encontrar três palácios que fascinam ainda hoje, além de praças, parque e jardins?

Faz jus o nosso antigo slogan “POÇOS, A CIDADE ENCANTAMENTO”.

Roberto Tereziano

 

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