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Donos de clínica de recuperação onde jovem morreu são presos

A prisão dos sócios proprietários da comunidade terapêutica Plenitude para a recuperação de dependentes químicos de Caldas foi realizada pela Polícia Civil nesta quarta-feira, 30. A sócia Claudia Freitas Morais foi presa no centro de Poços de Caldas e o marido dela, Gilmar de Assis Machado foi preso em uma clínica em Descalvado, interior de São Paulo.

Delegado e investigadores falaram sobre as prisões

O casal e outros dois internos Luan Ferreira dos Reis e Douglas Araújo, que também agiam como seguranças na comunidade são acusados da morte do interno, Romário Franco dos Santos, de 21 anos, encontrado morto em abril de 2016 depois de ter sido levado de casa em Campestre por Gilmar e os dois internos.

O jovem morreu horas depois de chegar à comunidade terapêutica. O laudo de necropsia apontou morte por parada cardiorrespiratória subsequente à asfixia mecânica, podendo ser decorrente da ingestão de psicotrópicos.

As investigações da Policia Civil apuraram que todo procedimento da internação de Romário foi de forma irregular, uma vez que a legislação determina que a internação em comunidades terapêuticas deve ocorrer de forma voluntária e não compulsória, como aconteceu. Outro agravante seria a falta de qualificação dos internos que trabalhavam como segurança da comunidade, mesmo tendo passado por um curso pela Associação Brasileira de Comunidades Terapêuticas. Romário que também chegou a ser segurança da clínica fez o curso. A família pagou cerca de R$ 2 mil reais, mas até hoje não sabe do certificado e se realmente o jovem chegou a fazer o curso.

De acordo com o delegado regional da Polícia Civil, Gustavo Manzoli, durante as investigações foi instaurado outro inquérito contra os proprietários da suposta clínica por conta de irregularidades administrativas constatadas em julho deste ano pela Vigilância Sanitária de Caldas.

No local foram encontrados 24 internos. Entre os dependentes químicos havia também idosos internados e ainda documentação toda irregular. A forma como era feita a medicação dos internos também estava inadequada.  O local foi interditado pela Vigilância Sanitária de Caldas.

Após o fechamento da Plenitude, Gilmar foi para Descalvado, onde teria aberto uma clínica, mas foi fechada pelo Ministério Público. O motivo do fechamento ainda está sendo apurado pela Polícia Civil. Gilmar então solicitou para trabalhar como monitor em uma outra clínica onde foi preso.

A polícia ainda está à procura pelos dois internos que estão foragidos. O inquérito deve ser concluído em 10 dias e os quatro serão indiciados por homicídio doloso, sequestro e apropriação indevida da aposentadoria de alguns internos.

O delegado regional, ainda ressaltou a importância das famílias que estão com dependente químico em casa para que pesquise, procure informações a respeito das comunidades terapêuticas antes de internar os familiares, pois muitos não são qualificados e estão enriquecendo às custas do desespero das famílias.

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