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Reside em Poços uma das maiores pesquisadoras da Inconfidência

Isolde Helena Brans

 

A pesquisadora gaúcha Isolde Helena Brans, apresenta em seus livros indícios convincentes de duas teorias chacoalhantes:

1 – Os Profetas do Aleijadinho, em Congonhas, seriam uma representação dissimulada dos inconfidentes mineiros. Livro Profetas ou Conjurados?

2 – Tiradentes esteve na Europa, buscando apoio para o movimento de independência mineiro. Livro Tiradentes Face a Face e artigo Tiradentes Face a Face II, publicado na Unicamp, em 2003.

Um fato é inequívoco: Isolde Brans debruçou-se seriamente sobre documentos espalhados no Brasil, Portugal, França e Estados Unidos.

A seguir a reprodução do Prefácio do historiador mineiro Waldemar de Almeida Barbosa (1907-2000) ao livro Tiradentes Face a Face, de Isolde Brans.

Existem hoje dois Tiradentes bem distintos: um foi criado por Joaquim Norberto de Souza Silva, em 1873. Explico: Verificou-se no Brasil, em 1870, um recrudescimento na propaganda republicana. Surgiu no Rio de Janeiro o jornal A REPUBLICA. Foi ali fundado o CLUBE REPUBLICANO, semente de vários outros clubes republicanos, que se multiplicaram por todo o Brasil, especialmente em São Paulo. Foi ainda divulgado o Manifesto Republicano, assinado por 58 líderes republicanos.

Um dos signatários desse manifesto, o Dr. Pedro Bandeira de Gouveia, publicou, em 1872, um livreto de 26 páginas, com o qual levantou uma campanha no sentido de se erguer, no Rio de Janeiro, uma estátua a Tiradentes, considerado o “mártir do ideal republicano”.

Aí entrou em cena Joaquim Norberto de Souza Silva. Como monarquista e amigo pessoal de D. Pedro II, numa época de pleno apogeu do prestígio nacional e internacional de nosso imperador, Joaquim Norberto sentiu-se no dever de combater as ideias republicanas. Homem de talento, julgou que a melhor maneira de debelar a onda republicana seria destruir-lhe o ídolo, aniquilar Tiradentes. Publicou em 1873 a HISTÓRIA DA CONJURAÇÃO MINEIRA, em que apresenta Tiradentes como um moleque, um desmiolado, um louco, que conseguiu ser admitido entre os inconfidentes e pôs tudo a perder.

Durante muitas décadas, foi o livro de Joaquim Norberto a única fonte existente sobre a Inconfidência Mineira. Todos os nossos escritores, Gilberto de Alencar, Ronald de Carvalho, João Ribeiro, Afrânio Peixoto, Eduardo Frieira, Afonso Arinos de Melo Franco, Pedro Calmon etc. escreveram sobre Tiradentes, com base exclusivamente na HISTÓRIA DA CONJURAÇÃO MINEIRA, de Joaquim Norberto. Ainda recentemente, Kenneth Maxwell, em A DEVASSA DA DEVASSA, reproduziu todas as afirmações falsas do autor carioca que, curiosamente, não está mencionado na bibliografia do brasilianista.

Outro Tiradentes bem diferente é o que surge de uma leitura atenta dos AUTOS DA DEVASSA, tremendo emaranhado de falsidades, de mentiras, de acusações ao Alferes, um conjunto de documentos oficiais que precisam ser examinados com extremo cuidado, com o fim de separar o joio do trigo. É um Tiradentes novo, que aparece nos trabalhos do Pe. Joaquim Camilo de Brito, Lúcio José dos Santos, Augusto de Lima, Augusto de Lima Júnior, M. Rodrigues Lapa, Francisco Antônio Lopes, Luís Wanderley Torres, Herculano Gomes Mathias. Agora, a historiadora Isolde Helena Brans aprofunda suas pesquisas, para nos mostrar o Tiradentes como legítimo líder, homem de rara visão, um estadista, que sonhou ver sua pátria livre do jugo opressor.

O Tiradentes que Isolde Helena Brans apresenta é diferente do retratado por Joaquim Norberto. O Brasil é o único país da América, em que existe, há mais de um século, uma campanha sistemática de desmoralização do precursor da independência. É tempo de se conhecer o verdadeiro Tiradentes, o organizador do belo movimento da Inconfidência Mineira, o único que em vez de acusar os companheiros, procurou inocentá-los.

Lendo-se os depoimentos de Frei Raimundo Penafort e frei José Carlos de Jesus Maria do Desterro, os dois franciscanos que estiveram mais próximos do Alferes, nas últimas horas de vida deste, pode-se compreender melhor a figura do protomártir que Isolde Helena Brans revela nas páginas de TIRADENTES FACE A FACE.

A advogada e historiadora está residindo em Poços de Caldas, MG e aos 83 anos de idade trabalha diuturnamente para terminar seu próximo livro com quase uma centena de documentos incontestáveis sobre a presença de Tiradentes na Europa, o encontro dele com Tomas Jefferson e uma série de comprovação que vai estremecer a história oficial. Alem da pesquisa de sua vida Isolde ainda desenha e vem pintando uma serie de quados abstratos que mostram a outra face da grande historiadora. RT

 

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